O triste fim da “festa dos bonconselhenses”

Foi no final dos anos 90 que se iniciou no Recife o encontro de alguns bom-conselhenses que moravam lá, a cada ano este encontro aumentava, e em 2000 no governo de Dr. Daniel Brasileiro, este encontro foi trazido para Bom Conselho, e tornou-se um encontro de todos os bom-conselhenses que se encontravam fora de sua terra natal.

Então a comunidade que residia no Rio de Janeiro (que se encontravam todos os meses no restaurante do clube militar) resolveram vim em peso para nossa terra, e aqueles velhos bom-conselhenses – Paulo Tavares, Paulo Ganso, Pedro Ramos, Moacir Pajuaba e tantos outros. Passaram a ser assíduos frequentadores da festa, o nosso amigo José Quirino assumiu o comando da festa que naquela época tinha o nome de “FESTA DOS PAPACACEIROS”.

Os velhinhos do Rio de Janeiro, eram uma alegria só, realmente eles eram quem mais abrilhantavam a festa. Os três dias de festas, nossa cidade se enchia de alegria com a confraternização dos bom-conselhenses de fora e os daqui.

Depois de um certo tempo, Quirino por problemas pessoais, deixou de fazer a festa e uma comissão assumiu a festa, tendo como presidente “Bia Ferro”, então mudou o nome para “FESTA DOS BOM-CONSELHENSES”.

Porém aos poucos a festa foi perdendo o seu brilho, primeiro por ser algo repetitivo, não houve inovação na programação, segundo começou a morrer os velhos e os seus filhos não assumiram a responsabilidade de dar continuação a esta demanda, terceiro porque ficou muito caro se deslocar até aqui e para completar a Covid fez sua parte.

No ano de 2024, a festa atingiu o seu pior ano em relação a quantidade de pessoas participando, mostrando claramente que não tinha mais condições de continuar, pois os custo aumentaram muito e sem participação de muita gente na festa, ela não poderia se pagar, e nós sabemos que se ela não se pagar, os organizadores é que iriam arcar com o custo do prejuízo, coisa que ninguém queria, pois além de trabalhar de graça ainda ter de pagar do seu bolso os prejuízos, esta situação estava fora de cogitação.

Porém digo sem medo de errar, quem teve o prazer de participar ativamente desta festa, teve o prazer de viver grandes momentos de alegria e descontração.

Como era gotosos ver a Praça Dom Pedro II na sexta-feira, cheia de gente. A festa começava com a missa na capela de São Sebastião e de lá vinha a seresta, todo mundo cantado a música símbolo da seresta que era “O CANTO DA EMA” do nosso saudoso “Jacson do Pandeiro”.

Lembro-me perfeitamente o nosso amigo Ananias cheio de cerveja, cantando – a ema gemeu no tronco do juremá. Naquela noite que era o primeiro dia da festa o encontro entre o pessoal de fora e os daqui, era emocionante, via-se a alegria nos rosto das pessoas, pois tinham amigos que faziam muitos anos que não se viam e ao encontrar estes amigos a emoção aflorava nos seus rostos, era um momento ímpar.

No sábado de manhã saia dois ou três ônibus com o pessoal para visitar sítios e povoados, era uma alegria só, a turma cantando e vibrando.

A noite tinha o baile no Clube dos 30 ou AABB, com “GILBERTO E BANDA”, a festa varava a madrugada e amanhecia o dia. No domingo era a tradicional feijoada, o pessoal de ressaca iria tira ela com uma cerveja gelada, e no final da tarde saiam todos para o Praça Dom Pedro II num grande arrastão de carnaval.

Foram realmente bons tempos, que infelizmente dificilmente vai voltar.

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Alexandre Tenório

Crédito Fotos: ABCON