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Símbolo da resistência cultural nordestina, bandas de pífano lutam para manter viva a tradição
O levantamento social, econômico e cultural da presença do pífano no Sertão pernambucano mostra diferentes aspectos, a começar pela própria veia artística. No Agreste, conta Amaro, ser pifeiro é uma atividade plena, ao passo que, no Sertão, observa-se uma preocupante inatividade da cultura.
“No Sertão, há uma característica bastante peculiar ligada às novenas, uma espécie de continuidade fiel às origens religiosas, inclusive com a presença de grupos em comunidades quilombolas, nas novenas em latim. No Agreste, percebemos que existe um elo com referência mais profana, baseada nas festividades. Há uma distância maior no Sertão, com muitos grupos em locais distantes até 100 quilômetros de grandes áreas urbanas”, diz Amaro.
A pesquisa detecta, ainda, como ocorre a inserção dos pifeiros na cultura. Para Amaro Filho, atualmente, o cenário não é favorável a quem sonha em fazer parte do universo pifeiro. “As bandas se apresentam no chão, com cachês miseráveis. No Sertão, a situação é ainda pior”. O próximo passo do projeto é lançar uma terceira publicação, desta vez com olhar para as regiões do São Francisco, Itaparica e Araripe.
Raio-x do pífano
Instrumento
Conhecido por pife, é flauta transversal de material cilíndrico com sete furos (um para soprar e seis para dedilhar). Feito de bambu, pode ser construído em PVC, metal, galho de mamoeiro, osso ou barro. Há pifes de três tamanhos: “meia régua” (mais agudo, de 32 centímetros), “três quartos” (o mais popular, de 36 centimentros) e “régua inteira” (usado em ocasiões informais, de 38 a 40 centímetros).
Mestre pifeiro
Para ser mestre, não basta tocar bem os instrumentos. É preciso dominar as técnicas do fabrico. Em geral é autodidata, sabe as músicas de ouvido. Raramente usa partituras. É de família de pifeiros ou aprendeu a tocar na comunidade. Na foto, Seu Alexandre (esq.), de Betânia, um dos mais velhos já encontrados, morto aos 90 anos.
Junto e misturado
De acordo com o historiador Amaro Filho, há bandas de ritmos distintos lutando pelo memória do pífano. Exemplo do uso do instrumento em outros ritmos é o recém-lançado DVD da banda O Rappa, gravado na Oficina Brennand. Participam os caruaruenses João do Pife, 72, e Marcos do Pífano,55, referências no instrumento.
Pouco dinheiro
Grupos em geral são formados por profissionais de áreas como construção, marcenaria, agricultura. “Não se vive de banda de pife, a gente toca pela tradição. O povo me procura, e acho feio recusar”, diz Luiz Gonçalo, da Banda de Pífanos do Leitão da Carapuça.
Do Diario de Pernambuco
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